Segunda-feira, 19 de Novembro de 2012

# 43

Pela TV observo as greves gerais, e pelos trejeitos de peidas, pupilas reviradas, a implorar, até parece que o Marx ainda existe e que o Ho Chi Minh «averigua». Mesmo depois de pressionar a tecla mute podem-se ouvir os slogans. Os argumentos gritados, esquartejados, picados, liquidificados. Tanto faz. A intimidade entre o prejuízo político e a diminuição de m2 de autonomia financeira dos países da europa não espanta ninguém. Ai, ai, quem me dera ser marxista. Mas a minha piça não se vai chupar sozinha. O marxismo desfatalizou-se e os socialistas de hoje não são propriamente gente valiosa e eu até adivinho porquê. Para fins retóricos, o problema está na equiparação derivativa das estratégias para a decapitação de um governo a um punhado de rodriguinhos com camisa à lenhador. O que, fora dos círculos da punheta, consensualizou-se chamar (sem porra de culpa nenhuma) de DNA do bloco de esquerda. Pois bem. O abismo fiscal continua a cavar-se, e há quem entretenha a cabecinha a discutir princípios para demonstrar por A+B que existe (a partir da aplicação de uma ciranda de handjobs por mãos parcialmente invisíveis) um mínimo capaz de garantir o alargamento de um intervalo civilizatório inteiramente destituído de contrapartidas. Ora ora, minhas putas, nem os estereótipos circulam por mero acaso, nem o fim do mundo é algo que me tire o sono. Para além de usar uma argola em cada mamilo (palavra de honra) e de não saber apontar em que altura do gráfico o autoritarismo social degenera em social-autoritarismo, tenho nos colhões pêlos suficientes para reconhecer a desejabilidade de se estabelecer restrições que orientem como se determina a margem de manobra - e o grau de responsabilidade - dos governos nacionais. O que não me parece necessário é chumbar a matemática para compreender coisinhas simples do quotidiano. Quero dizer, até percebo que o estado das merdas exibe vulnerabilidades acrescidas, e que a manuntenção de um exército de direitos adquiridos está imanentemente limitada pela reserva do possível, do financeiramente possível. Mas mesmo que não nos custe nada revisitar os conceitos weberianos de exclusão, contextualidade, memória e priapismo antipositivista, com toda a porosidade que caracteriza a sua relação articulada, tipicamente conhecida como judicialização da política em modo lenga-lenga, não é preciso vincular o mapeamento da despesa pública em função da sua urgência. Basta substitir x por «um determinado montante de zombies». E depois é atirar-se ao «montante» e enrabá-lo de frente - mas sem deixar de estender o lençol habermasiano de esfera pública (também conhecido como "tenda dos milagres").

 

P.S.: acho que o pombo-correio que enviei a esta gaja foi abatido a cuspidelas.

O mais peor às 19:54
link
De gajo da situação a 20 de Novembro de 2012 às 14:19
Mais Peor: fiquei desarmado.


De O mais peor a 20 de Novembro de 2012 às 16:21
eu também, só ainda não percebi qual é que era a minha arma, nem quem ma tirou


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